domingo, 31 de maio de 2009

 Sonho de consumo para o final de 2009!


Videogames + super-heróis = rombo no bolso...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

 Você serve para um ferret?

Fonte: Stockvault

Que criaturas fascinantes são os ferrets! É praticamente impossível não se deixar conquistar pelo seu espírito inteligente, carinhoso, brincalhão e completamente hilário. Sua permanente alegria é capaz de amaciar qualquer coração empedernido e iluminar mesmo os dias mais chuvosos e nublados: ferrets e sorrisos andam sempre de mãos – ou patas! – dadas.

Mas... Esses pequenos bufões do Reino Animal também podem ser enfurecedores, preocupantes, destrutivos e muito difíceis de manter, treinar e controlar. A vida do ferret pode até ser curta, mas também é sempre aventureira – para profundo horror do dono – e pontuada por muito caos.

A verdade é: não há, dentre os animais de estimação, quem melhor personifique a máxima "ame-os ou deixe-os".

Antes de comprar um ferret, pois, é essencial conhecer não somente as inúmeras qualidades dessas irresistíveis bolinhas de pelos mas, também, o seu "lado negro". Porque a experência de conviver com um ferret 24 horas por dia sempre se revela muito diferente do que promete o ambiente perfumado da pet shop, e nem toda pessoa tem os "dotes" necessários a se tornar um verdadeiro ferret lover.

Eis uma lista de informações cruciais a serem conhecidas e avaliadas com carinho por qualquer possível futuro dono de ferret:

  1. FERRETS CUSTAM CARO. Além do preço exorbitantemente alto cobrado pelo animal (em grande parte, devido à importação), há o investimento inicial com a gaiola e acessórios – redes, caixa de areia, bebedor e comedor – e os gastos periódicos com alimentação, suprimentos, vacinação e consultas veterinárias. É preciso, também, manter um "pé de meia" para eventuais emergências médicas – que, em se tratando de ferrets, tendem a ser relativamente frequentes. Os donos de ferrets mais experientes geralmente são taxados de "esnobes" quando fazem o alerta, mas o ferret não é um bom animal de estimação para quem quer gastar pouco.

  2. FERRETS NÃO SÃO ANIMAIS DE GAIOLA e, se vivem permanentemente enjaulados, invariavelmente acabam deprimidos e desenvolvem sérios problemas comportamentais e de saúde. Quem quer ter ferrets deve, necessariamente, estar disposto a preparar um ambiente seguro onde o animalzinho possa permanecer solto a maior parte do tempo. A gaiola deve ser usada apenas como um lugar para dormir e para isolamento em ocasiões potencialmente perigosas (durante festas, quando houver crianças por perto etc) ou no caso de ser necessária uma quarentena/restrição de movimentos por motivos médicos. Gaiolas para roedores, aves ou aquários NUNCA devem ser usadas: existem modelos específicos para ferrets e outros animais do mesmo porte (a menor gaiola para ferrets tem cerca de 60 x 60 x 60cm, com rampas de pelo menos 15cm de largura e grades não muito espaçadas).

  3. FERRETS SÃO EXTREMAMENTE CURIOSOS. Para eles, qualquer coisa é um chamado para a aventura: a terra dos vasos de plantas, o espaço atrás da geladeira ou do fogão, o gaveteiro do quarto, as latas de lixo, o interior de ralos ou do vaso sanitário... E eles também adoram roubar e esconder objetos pequenos como chaveiros, controles remotos, isqueiros, meias etc. Por isso, antes de trazer um ferret para dentro de casa, é essencial tornar "à prova de ferrets" todos os ambientes em que ele circulará. Algumas das principais medidas são: proteger os forros de sofás e colchões, eliminar as cadeiras reclináveis ou de balanço, manter o tampo do vaso sanitário e os ralos permanentemente fechados, guardar produtos químicos e de limpeza (ferrets adoram lamber sabão!) em locais inacessíveis, eliminar vasos com plantas potencialmente venenosas e afastar das janelas (mesmo as teladas) qualquer móvel que possa servir como trampolim.

  4. FERRETS DORMEM MUITO. Um ferret saudável pode passar cerca de 16 horas por dia em modo off – muitas vezes, dormindo tão profundamente que parece ter morrido (é o chamado "sono da morte" – veja vídeo abaixo). Além disso, muitos apresentam um comportamento predominantemente noturno, apagando durante as horas mais quentes do dia e reservando a noite – quando o dono, invariavelmente, quer descansar – para fazer algazarra. É verdade que a grande maioria dos ferrets consegue se adaptar razoavelmente bem aos horários do dono, mas quem deseja um animal de estimação mais ativo e "disponível" pode se decepcionar.


    Não é preciso saber falar inglês para compreender:
    eis um ferret em uma perfeita demonstração do "sono da morte".

  5. FERRETS TÊM PROBLEMAS DE SAÚDE como qualquer ser vivo. Eles podem adquirir doenças que afligem cães e gatos (como a cinomose, a raiva e inúmeros tipos de fungos e parasitas) e são particularmente suscetíveis a diversas espécies de neoplasia (insulinoma, linfosarcoma e lesão de adrenal sendo as mais frequentes), bem como a alergias, cardiopatias e problemas digestivos. Infelizmente, como se trata de um animal exótico e estranho ao País, nem todo veterinário brasileiro tem a formação e os conhecimentos necessários para tratá-lo – é preciso ter experiência com a espécie, as doenças e seus sintomas, as dosagens dos medicamentos, o esquema de vacinação e diversas técnicas cirúrgicas. Quem pretende ser um dono responsável deve, antes de adquirir o animal, verificar a disponibilidade de veterinários especializados na cidade onde mora!

  6. FERRETS SÃO ANIMAIS GREGÁRIOS. Na natureza, os mustelídeos vivem em bando e os ferrets, cujo processo de domesticação começou há muito menos tempo do que os dos cães e gatos, mantêm muitos comportamentos semelhantes aos de seus parentes selvagens. Eles precisam de contato regular com os membros de seu "grupo familiar" (isto é, os humanos) e podem se tornar emocionalmente dependentes do dono. Ferrets exigem muita atenção e prosperam apenas se recebem os cuidados apropriados – um ferret que se sinta ignorado ou negligenciado certamente ficará deprimido e doente. E os ferrets doentes exigem ainda mais cuidados, pois tendem a ficar anoréxicos e correr o risco de acabar desnutridos e/ou desidratados em questão de poucos dias.

  7. FERRETS E CRIANÇAS NÃO COMBINAM. Muitas pessoas pensam em adquirir um ferret como o primeiro animal de estimação de seus filhos. Afinal, eles são pequenos, fofinhos, podem (embora não devam) viver em gaiola e são mais interativos do que hamsters ou tartarugas!... Ledo engano: o binômio criança pequena + ferret é totalmente imprevisível e receita quase certa de desastre. Uma criança pequena, ainda sem muito discernimento, pode deixar o ferret cair ou torcer seu frágil corpo, ferindo-o seriamente ou mesmo matando-o; em contrapartida, o ferret pode morder, mesmo que por brincadeira. Por isso, qualquer contato entre ferrets e crianças deve ser vigiado por adultos. Animais domésticos nunca devem ser usados como ferramenta para ensinar uma criança a ser responsável: eles devem conviver apenas com as que já o são.

  8. FERRETS E OUTROS ANIMAIS PODEM COMBINAR – MAS NEM SEMPRE. Dependendo do temperamento e raça, é possível ensinar um cão ou gato a conviver pacificamente com um ou mais ferrets (e vice-versa); mas os roedores, aves e pequenos répteis, para esses pequenos carnívoros, são comida! É bom nunca esquecer que os mustelídeos são considerados os caçadores mais eficientes do reino animal...

  9. FERRETS NÃO GOSTAM DE COLO. Salvo raras excessões – como no caso de alguns animais mais idosos –, ferrets possuem um temperamento naturalmente agitado e não apreciam ser agarrados ou ficar no colo. Alguns nem mesmo gostam de ganhar cafuné! Quem deseja um animal de estimação subserviente deve pensar em ter um cão.

  10. FERRETS COMEM RAÇÃO DE FERRET e as boas rações, importadas, custam caro ou são de difícil aquisição (existem rações de fabricação nacional, mas nenhuma delas é de qualidade confiável e o excesso de corantes pode causar reações em alguns animais mais sensíveis). Sendo "carnívoros verdadeiros", eles necessitam de uma alimentação na qual a gordura e a proteína animal sejam os ingredientes predominantes. Além disso, também precisam consumir taurina, um aminoácido essencial também aos gatos e inexistente na ração de cachorro cuja deficiência pode ocasionar cardiopatias, cegueira e outros sérios problemas de saúde. Caso não seja possível oferecer ração específica, as melhores alternativas são, pelos valores nutricionais parecidos, a ração super-premium para gatos filhotes (mas não as rações para gatos adultos ou cães) ou a dieta natural, desde que supervisionada pelo veterinário. Fora a ração, é permitido oferecer, como agrado eventual, pedaços pequenos de frutas. Outros alimentos de consumo humano, como o chocolate, leite, doces e refrigerantes, podem causar problemas – o chocolate, por exemplo, contém teobromina, uma substância da família da cafeína que, dependendo da quantidade ingerida, pode vir a matar um ferret, cão ou gato.

  11. FERRETS NÃO SÃO "INODOROS". Muito pelo contrário: eles possuem um odor almiscarado muito penetrante que, invariavelmente, impregna o ambiente em que vivem e com o qual nem toda pessoa consegue se adaptar. Suas glândulas adanais (formas vestigiais das mesmas glândulas que produzem o mau-odor característico dos gambás) são retiradas pouco após o nascimento, durante a cirurgia de castração, mas a pelagem, a urina (que cheira a amônia) e as fezes também contribuem para tornar o lar do ferret indiscutivelmente "cheiroso". Embora haja certos produtos que prometem minimizar o cheiro, as únicas soluções realmente efetivas para o "problema" são a higiene criteriosa do ambiente – é preciso trocar com frequencia as redes e cobertores e limpar diariamente a caixa de areia – e dar a menor quantidade de banhos possível para não estimular a oleosidade do pelo.

  12. FERRETS SÃO TREINÁVEIS, MAS NEM TANTO. Apesar de serem admiravelmente inteligentes, esses pequenos podem ser muito reticentes quanto a aprender truques; eles conseguem compreender seus nomes e são capazes de responder a comandos, mas seu temperamento teimoso os torna relativamente desobedientes. Os ferrets também podem ser ensinados a usar a caixa de areia, como os gatos, mas nem sempre acertam a "pontaria": seu trato digestivo curto funciona muito rapidamente e nem sempre eles têm tempo de alcançá-la. O ideal é manter uma caixa de areia em cada cômodo no qual o ferrer vá transitar e torcer para que tudo dê certo.

  13. FERRETS NÃO SÃO A BONECA BARBIE. Não é preciso comprar o casaquinho do ferret, o perfuminho, a casinha, a coleirinha... As lojas, no afã de vender, costumam empurrar ao dono neófito um monte de tralha caríssima, só pra ele descobrir, mais tarde, que seu ferret prefere mesmo um balde ou caixas de papelão. Como diz o item 1 desta lista, os ferrets são animais de manutenção cara... mas não é preciso jogar dinheiro no lixo.

  14. FERRET NÃO PODE BRINCAR COM QUALQUER COISA. Uma atenção especial deve ser dispensada ao tipo de brinquedo oferecido a um ferret: ele deve ser de plástico ou borracha duros, sem partes destacáveis ou que possam ser mastigadas e engolidas. A obstrução do aparelho digestivo é um acidente muito comum e potencialmente mortal para um ferret, por isso é bom verificar periodicamente todos os brinquedos e tecidos aos quais ele tenha acesso. Sacos plásticos barulhentos também são particularmente divertidos, mas só devem ser oferecidos sob supervisão, para eliminar o risco de sufocação.

  15. FERRETS SÓ ENTRAM NO BRASIL CASTRADOS. Isso acontece por exigência do IBAMA, como medida de proteção à fauna brasileira (principalmente do furdo ou furão brasileiro, um mustelídeo selvagem nativo) e também para evitar a agressividade e comportamentos indesejáveis como a marcação territorial. Além disso, as fêmeas de ferret não castradas que entram no cio e não cruzam podem apresentar uma condição característica da espécie que leva à morte por anemia.

  16. FERRET DOADO É "BARATO QUE SAI CARO". Pedidos de doação de ferrets pululam nos foruns e listas de discussão. Mal sabem os solicitantes que, com muita frequência, gasta-se mais para cuidar de um ferret doado do que de um comprado! Ferrets oferecidos em doação quase sempre são animais de mais idade que já apresentam problemas de saúde. Na grande maioria dos casos, também foram tratados de forma inadequada durante toda a vida e, por estarem velhinhos e doentes, se tornaram um "estorvo" para seus donos. Doações de ferrets devem ser sempre vistas com desconfiança.

  17. FERRET NÃO É BRINQUEDO. É um ser vivo que ama, sofre, sente dor, saudade, solidão. O bom dono é aquele que está disponível para uma relação de 5 anos ou mais, na saúde ou na doença, na brincadeira ou no soninho, no lambeijo ou na mordida. Pense bem antes de comprar um ferret por capricho ou impulso! Muitas vezes, deixar o animalzinho na loja pode ser a melhor opção.

Para mais e melhores informações, a referência essencial é I Love My Ferret, o maior e melhor site sobre ferrets do País, cujo forum é ponto de encontro dos mais experientes e responsáveis donos brazucas!

Não deixe de ler, também, A Lei de Murphy de acordo com os ferrets e Resolveu ter bicho? Então aguenta!..., posts "irmãos" deste.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

 Hoje é o meu dia!

Fonte: Zazzle.com

Este nosso mundinho cada vez mais bizonho comemora, hoje, o Dia do Orgulho Nerd. A data foi criada em homenagem ao lançamento do primeiro filme da série Star Wars, mas os aficcionados de outras esquisitices (no entender dos "normais", quero dizer) também são bem-vindos.

Na minha condição mais do que assumida de fêmea sui generis da espécie humana que adora bichos, joga videogame, lê quadrinhos, curte ficção-científica, fantasia e terror, ouve rock'n roll (e rock progressivo!) e é blogueira e usuária compulsiva de computadores Macintosh, acho que posso me considerar suficientemente nerd – em diversas "frontes" – para ter o direito de erguer uma taça em minha própria homenagem.

De preferência, contendo algo à base de vodka, porque sou alérgica a champanhe e não quero cantar a macarena em cima da mesa (não de novo).

Aproveito o ensejo para dar uma dica que interessará qualquer nerd que se preze: vale conferir, na net, The Hunt for Gollum, ótimo fan-fic contando o que aconteceu nos anos transcorridos entre os fatos narrados por O Hobbit e a trilogia O Senhor dos Anéis. Detalhe: o filme pode ser assistido e/ou baixado gratuitamente!

Só como aperitivo, eis o trailler:


quinta-feira, 21 de maio de 2009

 Fui indicada! Nossa!


Ao abrir minha caixa postal no Gmail, hoje à tarde, me deparei com uma agradável surpresa: alguma alma muito caridosa (ou um tanto maluquinha...) indicou o Fuça de Ferret para o Prêmio Top Blog!

Tomada por um acesso momentâneo de orgulho e presunção, resolvi fuçar o site do Prêmio, mas a única categoria na qual este meu humilde bloguinho poderia concorrer é a de Variedades, na qual certamente está inscrita uma infinidade de blogs muito mais esforçados, competentes e merecedores de reconhecimento.

Me parece bastante óbvio que participar de qualquer premiação de tamanho porte com um blog tão jovem, pequenino e despretensioso como este seria uma batalha inglória... Além de uma grande demonstração de atrevimento por parte da blogueira!...

O Fuça, afinal, não trata de temas polêmicos ou formadores de opinião nem almeja se tornar um blog "popular". Ele, na verdade, pouco mais é do que um caprichoso (e caprichado, se posso me gabar...) exercício intelectual – uma maneira de preencher as horas vagas com uma atividade mais ou menos produtiva, compartilhar alguns conhecimentos e colocar em ordem certas idéias nebulosas que me passam pela cabeça.

Pura "blogoterapia", pois.

Saber que minhas mal traçadas linhas têm significado para mais alguém além de mim mesma já me traz uma profunda satisfação. Algumas pessoas têm até me pedido permissão para copiar coisas que escrevi e... oh, boy, it makes me so damn proud of my writing skills!

E se, ademais, algum amigo julga esse meu "filhote" merecedor de concorrer a um prêmio, será que posso exigir presente melhor?

Certamente traz um pouco de luz à minha vida, que não anda nada fácil.

Talvez, em algum futuro próximo, eu possa fazer jus ao mérito que me imputam. Por enquanto, a modéstia me impede de tentar vôos tão altos...

Mas... tenho a ligeira impressão de que, esta noite, terei bons sonhos. Obrigada!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

 An Engineer's Guide to Cats

Paul é um engenheiro aeroespacial de 40 anos que divide seu lar no Kansas com os gatos Oscar, Ginger e Zoe*. Como todo engenheiro que se preza, ele aprecia as coisas muito bem explicadinhas e, num rasgo de generosidade, decidiu partilhar com o mundo sua vasta sabedoria sobre a psique felina.

* Alguém sabe me dizer por quê é tão comum os solteirões de meia-idade terem gatos? Eu conheço uns três...

O resultado são os dois "manuais" em vídeo, extremamente instrutivos e esclarecedores, que ora posto.

Quem não fala inglês, infelizmente, perderá a(s) piada(s). Sorry, folks...




segunda-feira, 18 de maio de 2009

 Usou, joga fora!

Tenho uma prima que mora no mesmo prédio que eu. Há uns 15 dias, sua máquina de lavar quebrou. Era uma Brastemp das antigas, já com uns dez anos de uso e um tanto enferrujada em alguns pontos, mas só não foi para o conserto porque trocar a peça quebrada custaria a metade do preço de uma máquina nova.

A máquina velhusca, mas ainda potencialmente funcional, foi para o ferro-velho, trocada por um modelo de painel eletrônico que certamente apresentará defeito em menos de dois anos.

Esse acontecimento tão trivial me colocou em um estado reflexivo. Me parece que, em um Mundo no qual a escassez de matéria-prima começa a se tornar crônica, economizar deveria ser regra; contudo, nossa cultura, cada vez mais, privilegia o descartável.

Há não muito mais do que 20 anos, a grande maioria dos produtos ainda era projetada para durar. Tive uma televisão 42" de tubo – um dos primeiros modelos no tamanho vendidos no Brasil – que custou uma pequena fortuna e funcionou por quase 15 anos. Era um elefante branco que ocupava a metade da minha sala, mas eu ainda a teria usado de bom grado, por mais algum tempo, se a Sony não tivesse parado de oferecer peças para reposição. Vi-me obrigada a substituí-la por um modelo LCD.

Disseram-me que, no Japão, as novas tecnologias são lançadas em tal velocidade que é possível "resgatar" eletrodomésticos e eletro-eletrônicos semi-novos do lixo. Não consigo deixar de sentir que deve haver alguma triste revelação cósmica misteriosamente escondida no fato disso acontecer exatamente em um país que passou pelo horror e a penúria resultantes da explosão de duas bombas atômicas.

O que mais me assusta é que estamos estendendo esse culto ao descartável também às nossas relações pessoais. Hoje em dia, jogamos gente fora com a mesma facilidade com que nos livramos das latinhas de cerveja vazias da festa oferecida ontem. Esquecemo-nos de que o alumínio das latas é reciclável, mas os sentimentos alheios, não.

A cada dia que passa, venho me sentindo mais e mais antiquada, porque não consigo aderir à "moda" de pensar em gente como coisa facilmente substituível. A vida pode, até, me impor o afastamento de pessoas que me são queridas e tornar nossos contatos muito esporádicos ou mesmo impossíveis, mas isso em nada modifica a intensidade de meu sentimento por elas.

Ser assim, por um lado, é uma dádiva, pois sou capaz de retomar amizades há muito interompidas como se o hiato de 10, 15 ou mesmo 20 anos fosse totalmente irrelevante. Mas toda dádiva também tem seu lado de maldição: perder um amigo, para mim, é uma experiência quase insuportável porque, mesmo que faça amigos novos, eles nunca ocupam o mesmo espaço de quem se foi. Meu coração sempre dá um jeito de abrir um lugarzinho a mais para quem está chegando, mas os nichos que se encontravam antes ocupados, e foram abandonados, são tomados pelo vazio.

Perdoem-me o surto de melancolia, mas ninguém sustenta por muito tempo um coração que mais parece um queijo suíço. Eu, simplesmente, me cansei de ser usada e jogada fora.

Quero acreditar que, por aí, ainda há outras almas tão ultrapassadas quanto a minha e que, um dia, nos encontraremos. Porque uma única amizade já meio amarelada, mas profunda e realmente sincera e incondicional, vale muito mais do que mil seguidores no Twitter.

 Eu, hoje, resgatei um humano!

Fonte: Stockvault

Há um antigo ditado que afirma: "Os melhores perfumes estão nos menores frascos."

Uma versão do texto a seguir, intitulada Hoje, resgatei um ser humano, foi-me enviada por email, sem crédito a autor.

Fuçando a net, entretanto, descobri se tratar da tradução de I Rescued a Human Today, epístola escrita por Janine Allen, treinadora de cães certificada da organização beneficente pró-adoção norte-americana Rescue Me Dog. Assim, tomei a liberdade de fazer minha própria versão.

Há quem considere esse tipo de texto excessivamente sentimental e, até mesmo, piegas. Eu mesma não costumo me impressionar quando recebo coisas assim mas, desta vez, me permiti algumas lágrimas – e um dia até então bastante difícil tornou-se um pouco mais suportável.

Deixar-se enternecer por um pouco de poesia, afinal, não prejudica ninguém. Principalmente se, por trás do simplismo das palavras, encontra-se escondida uma grande verdade.

Agradeço à minha amicíssima Guta – um ser humano especial que já abriu as portas de sua casa e seu coração para vários peludos em dificuldades e que, como eu, sabe muito bem como é ser resgatada por um anjo de quatro patas.


Eu, hoje, resgatei um humano!

Seus olhos encontraram os meus enquanto caminhava pelo corredor, observando apreensivamente o interior dos canis. Imediatamente, percebi sua ânsia e soube que precisava ajudá-la.

Abanei minha cauda, sem muito entusiasmo para não assustá-la. Quando ela parou em frente ao meu canil, bloqueei de sua visão um pequeno "acidente" meu, no fundo da gaiola, para que ela não descobrisse que ainda não havia sido levado para meu passeio diário. Às vezes, os funcionários do abrigo ficam sobrecarregados e não quis que ela os julgasse mal.

Enquanto ela lia meus dados na ficha do abrigo, torci para que não se entristecesse pelo meu passado. Tenho apenas o futuro pela frente e quero fazer a diferença na vida de alguém.

Ela se ajoelhou e me mandou beijinhos. Encostei o ombro e a cabeça na grade para confortá-la. Gentilmente, as pontas de seus dedos acariciaram meu pescoço; ela estava ansiosa por companhia. Uma lágrima escorreu por sua face e ergui uma de minhas patas para assegurá-la de que tudo ficaria bem.

Logo, a porta de meu canil se abriu e seu sorriso foi tão brilhante que, imediatamente, saltei em seus braços.

Prometi mantê-la em segurança.
Prometi estar sempre ao seu lado.
Prometi fazer tudo o que pudesse para manter aquele sorriso radiante e o brilho em seus olhos.

Fui tão afortunado por ela ter passado por meu corredor. Há ainda tantas pessoas, por aí, que nunca caminharam pelos corredores... Tantas mais a serem salvas... Pelo menos, pude salvar uma.

Eu, hoje, resgatei um humano.

© Copyright 2009 Rescue Me Dog

sexta-feira, 15 de maio de 2009

 Aviso para quem visitar minha casa!

Fonte: Cat-alog.com

  1. Seja bem-vindo!
  2. Lembre-se de que os bichos vivem aqui. Você é um mero convidado: comporte-se como tal.
  3. Se você não quer pelos de bicho em suas roupas, fique longe dos móveis. Pensando melhor: fique de pé. Aliás, é melhor marcarmos em outro lugar.
  4. Sim, os animais têm hábitos estranhos e até desagradáveis. Você certamente também tem as suas idiossincrasias – mas não deixei de convidá-lo à minha casa por causa delas.
  5. CLARO que eles – e, por extensão, a casa – cheiram a bicho (foi por isso que abri as janelas e acendi um incenso!). Mas, pense bem: eles possuem um olfato umas tantas mil vezes mais sensível do que nosso e certamente nos consideram muito mais fedidos.
  6. Faz parte da natureza animal tentar cheirar e investigar gente nova – é assim que eles se "apresentam". Por favor, sinta-se à vontade para também se apresentar.
  7. Em casa que tem bicho, a segurança é mais importante do que o conforto. Bolsas, chaveiros, celulares, copos, pratos de comida, cinzeiros usados e outras traquitanas devem ficar sempre à vista! Objetos até podem ser substituídos; os bichos, não.
  8. Se os bichos representassem algum perigo para minhas visitas, eu não os deixaria circular pela casa enquanto elas estivessem presentes. Não posso, porém, impedi-los de reagir a agressões e sentimentos negativos. Os animais percebem muito bem quem gosta deles – enquanto você os respeitar, eles o respeitarão.
  9. Você já tentou beijar alguém e recebeu, em troca, um empurrão? Quando um cachorro tentar lambê-lo, ou um gato esfregar-se em você, fique feliz e considere-se aceito e acarinhado. Os animais não mentem ou fingem.
  10. Aqui, os bichos recebem a devida atenção veterinária, alimentação sadia e cuidados higiênicos. Lembre-se de que a maioria das doenças que podemos contrair no dia-a-dia é transmitida por outros seres humanos!
  11. Há diversas situações nas quais os animais são preferíveis a pessoas. Afinal de contas, sempre podemos confiar integralmente em sua fidelidade e sinceridade. Como bem disse Cat Stevens na canção I Love My Dog (1966): "I love my dog as much as I love you, but you may fade, my dog will always come through" ("Eu amo meu cachorro tanto quanto eu amo você, mas você pode me deixar e ele sempre estará comigo"). Se eu for forçada a escolher entre meus bichos e um amigo, o humano perderá de goleada!
  12. Para algumas pessoas eles são simples animais "irracionais". Para mim, são seres inteligentes que, casualmente, andam de quatro e podem até não "falar" tão claramente, mas se expressam muito bem. Eu não tenho qualquer dificuldade em entendê-los e, se você não consegue o mesmo, o problema não está neles.
  13. Se, depois deste aviso, você ainda se sentir confortável e feliz em minha casa, volte sempre que quiser: quem é bem-vindo pelos meus bichos é bem-vindo também por mim! Até porque eles são mais perceptivos do que eu e infinitamente mais competentes em distinguir os verdadeiros amigos das pessoas de alma e coração pequenos.

Inspirado em um texto de autor desconhecido, surrupiado – e devidamente adaptado para as minhas circunstâncias "particulares"... – de um tópico na comunidade orkutiana Orientação Veterinária.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

 Fuças memoráveis!


Sonya é uma loris que mora com seus donos
em São Petersburgo, na Rússia. Ela adora cafuné!

terça-feira, 5 de maio de 2009

 Os ferrets e a gripe suína

O H1N1, em imagem divulgada pela National Geographic.

Diante da possibilidade de pandemia da chamada "gripe suína", é muito natural que nós, dedicados donos de ferrets, vivamos momentos de apreensão. Afinal, embora não fiquem resfriados, nossos pequenos são notoriamente vulneráveis à grande maioria dos vírus causadores da gripe em seres humanos, incluindo os do tipo A – do qual faz parte o subtipo H1N1, responsável pela atual crise – e B.

Sim, podemos transmitir gripe aos nossos pequenos – e eles a nós. Na verdade, a resposta imunológica dos ferrets à influenza é tão semelhante à humana que eles – infelizmente – são a cobaia de escolha em muitos estudos sobre a doença.

Se a gripe suína chegar ao Brasil, nossos ferrets estarão em perigo?

Ainda não se sabe. Há poucos estudos sobre a susceptibilidade dos ferrets à gripe suína, mas existem registros de contaminação colônias de ferrets por variantes do H1N1 suino. Como a variante que está causando o problema corrente é uma mutação recente que contém DNA típico de vírus aviários, suínos e humanos, sua ação sobre os ferrets ainda é totalmente desconhecida.

O que podemos imaginar é: se essa gripe é potencialmente mortal mesmo para humanos saudáveis, pode ser que ela seja ainda mais letal para um animal de porte pequeno como um ferret.

Por via das dúvidas, enquanto o risco de pandemia não é descartado e a comunidade científica não descobre um pouco mais sobre o H1N1 e como lidar com ele, vale redobrar os cuidados usuais para prevenção do contágio dos ferrets pela gripe:
  • Conservar os ferrets dentro de casa.
  • Manter o ambiente em que os ferrets vivem sempre arejado e limpo, com água quente e desinfetante de uso veterinário/água sanitária diluída na proporção 1:10 (que têm efeito antissépico).
  • Garantir que os ferrets estejam sempre bem alimentados e hidratados.
  • Lavar as mãos em água morna por pelo menos 30 segundos, com sabonete antissépico, antes e depois de qualquer contato próximo com ferrets (uma dica é cantar Parabéns pra você ao lavar as mãos!).
  • Usar roupas limpas ao lidar com ferrets.
  • Evitar que qualquer pessoa com suspeita de gripe entre em contato com ferrets. Se isso não for possível, usar máscara ou amarrar um lenço diante da boca e nariz.
  • Não aproximar o rosto de ferrets, mesmo estando (aparentemente) saudável.
  • Evitar que pessoas "estranhas" entrem em contato com os ferrets.
  • Jamais tossir, espirrar ou mesmo respirar na direção dos peludinhos!
Se um ferret apresentar um ou mais sintomas da lista abaixo, entrar imediatamente em contato com um veterinário de confiança e, se possível, colocar o animalzinho em quarentena, longe de outros ferrets que não estejam doentes:
  • Tosse e/ou espirros frequentes.
  • Coriza e/ou secreções nos olhos e nariz.
  • Olhos avermelhados, injetados ou apresentando leve conjuntivite.
  • Nariz entupido.
  • Lacrimejamento.
  • Febre (temperatura retal acima de 39,5º celsius). Aprenda aqui como medir (em inglês)!
  • Letargia e/ou fraqueza.
  • Dificuldade para comer, falta de apetite ou anorexia.
  • Vômitos e/ou alterações nas fezes.
  • Dificuldade para respirar ou respiração acelerada.
  • Cianose (coloração "azulada" das mucosas – como as gengivas – que indica pouca oxigenação do sangue).
O tratamento da gripe comum, em ferrets, é sintomático e inclui, principalmente, manter o animal bem hidratado e alimentado. Na grande maioria dos casos, a doença segue seu curso e desaparece espontaneamente.

Em casos mais graves, entretanto, pode ser necessário recorrer a anti-histamínicos e/ou antibióticos, pois o organismo fragilizado do animal pode ficar vunerável à infecção por bactérias e desenvolver um quadro de pneumonia. É importantíssimo cuidar prontamente do problema: um ferret fortemente gripado que não receba os cuidados apropriados pode se desnutrir e desidratar muito rapidamente, vindo mesmo a falecer.

Especificamente contra a gripe suína, o antiviral Tamiflu (oseltamivir) tem-se mostrado a melhor opção para o tratamento humano. Um estudo de 2006 comprovou sua eficácia, em ferrets, contra o virus causador da gripe aviária (H5N1) – logo, é possível que ele também possa ser administrado aos pequenos, caso eles se mostrem vulneráveis ao H1N1.

Somente
um veterinário pode prescrever medicamentos – outras doenças podem causar os mesmos sintomas da gripe e apenas um especialista dispõe das "ferramentas" para fazer o diagnóstico correto!

Vamos nos manter atentos!

domingo, 3 de maio de 2009

 The Voca People

Depois de torturar os ouvidos de meus (extremamente pacientes) leitores com as "maravilhosas" performances vocais do penúltimo post, senti-me na obrigação moral de também postar algúem cantando bem.

The Voca People é um grupo vocal israelense composto de oito cantores-atores – 3 mulheres e 5 homens – que aliam o canto tradicional a capella ao beatbox. A idéia,claro, não é completamente original, mas o resultado é tão bacana que dá vontade de ouvir mais.

Ou, no meu caso, de fazer parte...

Agradeço aos amigões Alexandre e Mauro pela dica.