O H1N1, em imagem divulgada pela National Geographic.
Sim, podemos transmitir gripe aos nossos pequenos – e eles a nós. Na verdade, a resposta imunológica dos ferrets à influenza é tão semelhante à humana que eles – infelizmente – são a cobaia de escolha em muitos estudos sobre a doença.
Se a gripe suína chegar ao Brasil, nossos ferrets estarão em perigo?
Ainda não se sabe. Há poucos estudos sobre a susceptibilidade dos ferrets à gripe suína, mas existem registros de contaminação colônias de ferrets por variantes do H1N1 suino. Como a variante que está causando o problema corrente é uma mutação recente que contém DNA típico de vírus aviários, suínos e humanos, sua ação sobre os ferrets ainda é totalmente desconhecida.
O que podemos imaginar é: se essa gripe é potencialmente mortal mesmo para humanos saudáveis, pode ser que ela seja ainda mais letal para um animal de porte pequeno como um ferret.
Por via das dúvidas, enquanto o risco de pandemia não é descartado e a comunidade científica não descobre um pouco mais sobre o H1N1 e como lidar com ele, vale redobrar os cuidados usuais para prevenção do contágio dos ferrets pela gripe:
- Conservar os ferrets dentro de casa.
- Manter o ambiente em que os ferrets vivem sempre arejado e limpo, com água quente e desinfetante de uso veterinário/água sanitária diluída na proporção 1:10 (que têm efeito antissépico).
- Garantir que os ferrets estejam sempre bem alimentados e hidratados.
- Lavar as mãos em água morna por pelo menos 30 segundos, com sabonete antissépico, antes e depois de qualquer contato próximo com ferrets (uma dica é cantar Parabéns pra você ao lavar as mãos!).
- Usar roupas limpas ao lidar com ferrets.
- Evitar que qualquer pessoa com suspeita de gripe entre em contato com ferrets. Se isso não for possível, usar máscara ou amarrar um lenço diante da boca e nariz.
- Não aproximar o rosto de ferrets, mesmo estando (aparentemente) saudável.
- Evitar que pessoas "estranhas" entrem em contato com os ferrets.
- Jamais tossir, espirrar ou mesmo respirar na direção dos peludinhos!
Se um ferret apresentar um ou mais sintomas da lista abaixo, entrar imediatamente em contato com um veterinário de confiança e, se possível, colocar o animalzinho em quarentena, longe de outros ferrets que não estejam doentes:
- Tosse e/ou espirros frequentes.
- Coriza e/ou secreções nos olhos e nariz.
- Olhos avermelhados, injetados ou apresentando leve conjuntivite.
- Nariz entupido.
- Lacrimejamento.
- Febre (temperatura retal acima de 39,5º celsius). Aprenda aqui como medir (em inglês)!
- Letargia e/ou fraqueza.
- Dificuldade para comer, falta de apetite ou anorexia.
- Vômitos e/ou alterações nas fezes.
- Dificuldade para respirar ou respiração acelerada.
- Cianose (coloração "azulada" das mucosas – como as gengivas – que indica pouca oxigenação do sangue).
Em casos mais graves, entretanto, pode ser necessário recorrer a anti-histamínicos e/ou antibióticos, pois o organismo fragilizado do animal pode ficar vunerável à infecção por bactérias e desenvolver um quadro de pneumonia. É importantíssimo cuidar prontamente do problema: um ferret fortemente gripado que não receba os cuidados apropriados pode se desnutrir e desidratar muito rapidamente, vindo mesmo a falecer.
Especificamente contra a gripe suína, o antiviral Tamiflu (oseltamivir) tem-se mostrado a melhor opção para o tratamento humano. Um estudo de 2006 comprovou sua eficácia, em ferrets, contra o virus causador da gripe aviária (H5N1) – logo, é possível que ele também possa ser administrado aos pequenos, caso eles se mostrem vulneráveis ao H1N1.
Somente um veterinário pode prescrever medicamentos – outras doenças podem causar os mesmos sintomas da gripe e apenas um especialista dispõe das "ferramentas" para fazer o diagnóstico correto!
Vamos nos manter atentos!
Um comentário:
Deus queira que não cheguem aqui... Deus queira!
Já viu o lance de 11 de Setembro que postei hoje? Meio bizarro...
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