... mas o pragmatismo me impede.
Volta e meia, ao ler textos escritos por outrém, pego-me sentindo uma inveja doída desse pendor para a transmutação literária inato tão somente aos alquimistas de palavras que são os poetas. Como seria maravilhoso ter o poder de extrapolar seus significados e fazê-las voar, livres dos ditames do Aurélio!
Se "ser poeta" fosse, tão somente, saber escrever no português mais douto, eu já teria preenchido as prateleiras de bibliotecas inteiras.
Se fosse ser capaz de se render à tentação do onírico, já teria gravado em milhares de páginas, a ferro e fogo, as mais fantásticas viagens por mundos de fantasia e imaginação.
"Poetas são mais sensíveis e sofrem em demasia." – dizem. Se o sofrimento fosse pré-requisito para a poesia, eu já teria escrito mais do que Shakespeare e Camões.
Ser poeta exige uma alma indecifrável, um "je ne sais quoi" de que meu espírito carece e pelo qual anseia a cada tiquetaquear do tempo inexorável. E, assim sendo, a poesia vive eterna e ansiosamente aprisionada em meu âmago, clamando por socorro e me consumindo de dentro para fora.
Mas, em raríssimas ocasiões, ela dá uma escapadela tímida.
Como agora.
Embalagem de Bolos de Aniversário: Dicas
Há 2 meses
3 comentários:
Poxa! Humilhou! rsrsrs
Thank you! :-)
Ferret, isso foi poético! ;)
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