Plena madrugada, mais de 35 anos atrás. Estava eu, ainda pequenininha, chorando sem parar, a plenos pulmões.
Minha irmã mais velha (sou temporona raspa do tacho!), desesperada, andava comigo no colo, para lá e para cá, sem saber o que fazer. Não era fralda suja. Não era fome. Nem gases, resfriado ou qualquer outro "incômodo" infantil.
Depois da centésima cantiga de nigar totalmente infrutífera (a criança e o boi da cara preta já haviam se tornado amigos, a essa altura), ela precisou recuperar as forças e passou a guarda a meu pai. Mas, a substituição de sua voz feminina – e um tanto desafinada – pela voz de tenor de papai não fez qualquer efeito.
Continuei berrando como se não houvesse amanhã, perfurando os tímpanos de todos na casa – e, com toda certeza, dos vizinhos – com a torturante estridência que somente as pregas vocais dos muito jovens são capazes de produzir.
A pergunta "O que foi, neném?" deve ter batido algum recorde de repetições, naquela noite.
As horas foram-se passando, uma após a outra, e eu ainda em prantos, firme, forte e sem demonstrar qualquer sinal de sono ou cansaço.
Lá pelas tantas, o sol já quase nascendo, meu pai perdeu a paciência. Afinal, é extremamente frustrante, para um pai amoroso, não conseguir oferecer conforto ao filho que chora.
Foi quando, olhando nos meus olhinhos de bebê com a expressão mais dura de que foi capaz, ele falou:
– Chega! O quê você quer, afinal?"
Quase imediatamente, parei de chorar e respondi, na minha voz ainda exitante de bebê:
– Encheeeeeer!
Sim, essa é uma história real.
Embalagem de Bolos de Aniversário: Dicas
Há 2 meses
4 comentários:
huaihuasi que feia voce!!
Nem te conto... Eu sempre fui uma criança boazinha e comportada mas, qdo aprontava, era em grande estilo! Rsrsrsrs
Aguarde outras histórias como essa... ;-)
Eu lembrava dessa história, rsrsrs... Maaaaaaaala!!!!!
Adoreeeeeiiii
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