domingo, 8 de março de 2009

 Algumas migalhas sobre a excomunhão...

Perdoem-me o impulso revoltoso mas... Esse caso da excomunhão dos envolvidos no aborto realizado na menina de 9 anos que engravidou de gêmeos após ser violentada pelo padrasto, em Olinda (PE), está conseguindo me tirar do sério.

Vou ser bem direta: QUEM o arcebispo de Olinda e Recife, José Cardoso Sobrinho*, acha que é? A lista de absurdos proferidos por esse indivíduo é tamanha, que faz-me tremer na base. E, enquanto dão atenção a essa besta e seus colaboradores, uma criança, fisicamente agredida – em mais de um sentido! – e brutalmente arrancada de sua inocência, é afundada em um mar de merda teológica, intolerância e falta de bom-senso. Que adulto essa menina terá chance de se tornar, diante de tais exemplos? Que traumas esse triste período há de lhe causar?

* O nome está em negrito para que todos o incluam em seus vodus, antes de dormir.

O que esses "senhores" da Igreja estão fazendo não somente é inculto e ultrapassado, como totalmente cruel.

Vergonha de ser brasileira, nessas horas!... Aliás, vergonha de ser gente, independentemente da nacionalidade!

Se bem que, dessa vez, nosso Presidente fez bonito:

"Como cristão e católico, lamento profundamente que um bispo católico tenha comportamento conservador como este. Acho que, neste aspecto, a medicina está mais correta que o bispo."

Minha sugestão para os poderosos da Igreja Católica: em vez de perder tempo espalhando tanto fel, estudem os ensinamentos de Cristo! Com algum esforço, pode ser que seus cérebros de ervilha assimilem um pouco da tolerância de que todos os Seus atos foram imbuídos...

Pensando bem: se esse povinho retrógrado ainda não conseguiu entender o que Cristo quis dizer, mesmo depois de 2.000 anos, talvez isso não aconteça jamais. Melhor nem tentar, pois podem interpretar tudo ainda mais errado e a emenda sairá pior do que o soneto.

Vamos torcer para que as profecias de São Malaquias se concretizem e Bento XVI, esse inquisidor insano e megalomaníaco, seja mesmo o penúltimo papa. Só mesmo o fim dos tempos pode resolver esse momento de total surrealismo que estamos vivenciando!

Em tempo: peço desculpas se meu desabafo parecer ofensivo aos católicos praticantes – não é minha intenção. Minha natureza "ecumênica" imbuiu-me da capacidade de compreender e apoiar todas as crenças e práticas que possam contribuir para a felicidade e o bem do próximo. Mas é impossível não sentir uma pontada de indignação diante de tanta arbitrariedade!

Deixo vocês com o cometário de Arnaldo Jabor, em seu quadro no Jornal da Globo de 04/03/2009. Nunca fui muito fã de Jabor – sua arrogância intelectual me inspira uma certa antipatia – mas, vez ou outra, ele consegue me derrubar da cadeira com opiniões que surpreendem pela coerência e, principalmente, pela nobreza de caráter (coisa de que alguns envolvidos nesse episódio muito carecem). Minhas reverências!





"Lá do fundo da Idade Média, esse arcebispo declarou: "A lei de Deus está acima de qualquer lei humana". Mas quem fez as leis de Deus senão homens, como bispos e papas? Foi uma lei de Deus quando queimaram mulheres vivas como a santa Joana D’Arc? Esse pensamento dogmático, inquisitorial, só afasta a Igreja Católica do mundo moderno.

Nós tivemos papas progressistas e bons, como João XXIII e João Paulo II, que era conservador, mas amava os desvalidos. Logo agora, que a história está tão cruel, agora que os homens precisam de uma religião protetora, agora que precisávamos da doçura da Igreja, temos os olhos frios de Bento XVI. Daí o sucesso de exploradores dos pobres como tantos bancos de dízimos, os supermercados da fé. A Igreja é contra anticoncepcionais, é contra o homossexualismo, é desatenta para tantos casos de pedofilia que surgiram entre padres, assim como foi vacilante no caso daquele bispo que disse outro dia que não houve holocausto de judeus.

Os excomungados de Olinda não devem ter medo. Deus está vendo e está com eles. Certamente não está com esse inquisidor, o arcebispo José Cardoso Sobrinho."

Fuças do mesmo bando!



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10 comentários:

NiNah disse...

É o padrasto mesmo nem foi excomungado. Parece até que ele concorda com o que o cara fez. Fiquei como todos que comentam sobre essa caso chateada.

Pat Ferret disse...

Ah, ele não PODE ser excomungado, pois seu crime não foi tão grave qto o dos que realizaram o aborto...

Se Deus está morto, como disse Nietzsche, essa afirmação certamente o fez rolar na tumba!

Anônimo disse...

imagina o trauma potencializado tendo essas crianças... tem gente q tem q nascer d novo p aprender a ser gente... aff

bjs

Lilly disse...

Ai... eu não sei escrever bonito assim... é isso mesmo, compartilho a sua revolta. Olha, tô gripada e fraca de comentário. Mas queria comentar...
bjs

Pat Ferret disse...

Lilly, na verdade quisera eu ter coragem de escrever bem FEIO. Pq o que eu queria mesmo era mandar esses filhos da p(piiiiiii) enfiarem seus preconceitos no c(piiiiiii). Sem lubrificante!

Guta de Souza Dantas disse...

Inicialmente senti raiva.Vez em quando ainda ouço:....fulano é culto,inteligente,lido....Ô,trata-se de um teólogo.
Se o Espiritismo está certo,a reencarnação está também para o arcebispo.
Impossivel não pensar em Ecumenismo em tempos que vivemos.
Que Deus se apiede deles.

Anônimo disse...

Há duas coisa "imperceptíveis" por detrás dos fatos referidos:

1. os abusos sexuais na infância são uma prática comum em nossa sociedade, e costumam ocorrer nas casas das crianças, feitos por parentes próximos (padrastos são campeões, nessa inglória atividade);

2. a excomunhão, em si, é um decreto meramente formal e NADA significa, posto q a administração da Igreja Católica Apostólica Romana (como a de qq outra religião estabelecida) não tem qualquer alcance para conceder ou deixar de conceder algo (ascensão) q só cabe à compreensão espiritual de cada indivíduo.

Religiões, assim como todos os tipos de facções, de qq natureza, incluindo as nacionalidades organizadas, apenas servem como instrumentos do mal para manter a humanidade dividida, segregada de si mesma, afastada de sua chande de agir como a unidade que de fato é e, assim, estar pronta a cumprir mais uma etapa de mau carma coletivo.

Não há nada mais afastado da luz divina do q o reconhecimento de diferenças.

Só há UM mandamento:
"Ama a teu próximo como a ti mesmo."

Isso significa: reconhece-te em teu próximo, pq somente um outro poderá fazer com que te reconheças como ser humano.

Infelizmente, a santa ira despertada contra a igreja nesse episódio - em que é condenada por condenar o resultado último de um ato condenável - não é advinda de uma santa indignação contra o fato de que a morte diária por inanição de milhares de crianças passe em acime de nossas cabeças como nuvens ao vento.

Somos uma sociedade profundamente doente, e essa igreja ora apedrejada não é causa de sua existência, é consequência dela.

Sugiro acordarmos para a nossa própria culpa antes de nos isentarmos dela por meio de comentários revoltados que não gerem atos de revolta em consequência.

Pat Ferret disse...

Gente, o quê é ISSO?

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u531557.shtml

Anônimo disse...

Isso me lembra do relato da reação de um contador profissional quando viu um programa de computador realizar em minutos cálculo q ele teria levado semanas para fazer, do modo tradicional!

Liberdade tb se traduz em tempo, e tempo livre!

Pat Ferret disse...

Vamos tentar clarificar, pq já não estou captando mais nada: o anônimo de cima é o mesmo anônimo do outro comentário? Com tanto anonimato, fica difícil saber... Rsrsrsr ;-)

Aliás, como se trata de tópico sério e polêmico, gostaria de solicitar que as pessoas se identifiquem em seus comentários. É muito difícil trocar idéias com alguém sem saber sua identidade...

Segunda pergunta: essa última observação foi feita em relação a qual parte da discussão? Pq parece ter sido resposta ao meu comentário anterior, mas não tenho certeza. :-P

Me perdi totalmente e não sei se entendi muito bem o que quis dizer...

Aproveitando o ensejo: antes que haja um mal entendido, queria registrar que esse link que postei não foi, absolutamente, um "contra-ataque" ao comentário do primeiro anônimo – foi algo que encontrei por acaso, numa comuna de que participo no Orkut. Como achei pertinente ao assunto discutido, em vez de abrir outro post (o que já seria exagero), resolvi colocá-lo aqui... :-)

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