quarta-feira, 25 de março de 2009

 Resolveu ter bicho? Então aguenta!...

Fonte: Stockvault

Animal de estimação é como criança pequena – apenas veste casaco de pele. Trazer um bicho para dentro de casa, do mesmo modo que ter um filho, é decisão que não deve ser tomada por impulso, impensadamente ou sem planejamento. Porque, por trás da fofura, do afeto incondicional e do manancial de benefícios que podem nos oferecer, os pets também têm seus "contras" – e não são poucos.

É evidente que os pet lovers costumam "passar batido" por cima dos contratempos, mas quem nunca conviveu com animais pode acabar tendo algumas surpresas, no mínimo, inesperadas ao decidir fazer parte do maravilhoso mundo natural. Até porque certos protetores (no afã de arregimentar mais um dono) e criadores/lojas (no afã de... ah, deixa pra lá) nunca transmitem algumas informações essenciais.

Infelizmente, muitos casos de abandono e maus tratos acontecem justamente quando os donos descobrem que seus bichos não são bem o que haviam fantasiado.

Eis algumas coisas um tanto incômodas – mas plenamente suportáveis, quando há amor e boa vontade – que inevitavelmente se tornam parte do quotidiano de quem tem bicho:
  • Arranhões e outros ferimentos. É inevitável: quem é dono sempre traz no corpo as marcas de seu status. Cães, ferrets e – principalmente – gatos arranham; quase sempre, sem querer. Marcas de mordida, hematomas e outros machucados podem até não ser tão frequentes, mas também acontecem. Quem quer ter uma pele permanentemente lisinha e imaculada de Branca de Neve deve manter uma distância de segurança de, pelo menos, 5 metros de qualquer animal maior do que uma formiga (as pretinhas, porque aquelas vermelhas bundudas picam e deixam marca...)!
  • Pelos, muitos pelos. Na casa, nas roupas e até em si mesmo. As roupas pretas nunca mais são as mesmas, depois de um pet! E não adianta acreditar no mito da escovação diária: escovar é mesmo higiênico e saudável – no caso dos gatos e ferrets, ajuda a evitar bezoares –, mas a verdade é que não há como impedir o inexorável avanço dos pelos pelo ambiente.
  • Cheiro. Eis algo que nem mesmo muitos banhos e o uso de perfumes e desodorantes pode mudar: gente tem cheiro de gente e bicho tem cheiro de bicho. O odor humano característico (aquele que não é pura "nhaca", obviamente) nos passa despercebido pelo hábito, já que constantemente sentimos nosso próprio cheiro e o das pessoas que nos cercam. Mas o "cheiro de bicho", sendo diferente, parece entranhar no ambiente. O dono eventualmente acaba se acostumando, mas sempre é bom ter um desorizador de ambiente e um incensozinho à mão, para o caso de uma visita.
  • Xixi, cocô, golfada, vômito. Surpresa! Bicho fofinho também faz porcaria, como os bebês. Algumas vezes, em cima da cama. Outras, em cima do dono.
  • Ser acordado de madrugada. O metabolismo dos animais domésticos funciona em um ritmo bastante diferente do humano – o natural, para eles, é dormir, comer e excretar em ciclos mais curtos do que os nossos. Pets não seguem relógio e conceitos como "dia", "noite", "madrugada" e "descanso merecido após um dia cansativo na labuta" são de uma abstração que lhes escapa totalmente. Após 15.000 anos de domesticação os cães, mui espertamente, até perceberam que fazer uma (eventual) concessão aos horários do dono pode ser algo vantajoso, mas o gato típico não quer nem saber: se, às 3:00 da manhã, bate "aquela" vontade de ganhar cafuné... o dono que se vire.
  • Sustos! Mais uma semelhança entre bichos e crianças: ambos parecem ter uma incrível propensão a nos pregar sustos. Quem quer cuidar direito de um pet deve ter disposição, paciência, paz de espírito, energia e bolso para eventuais visitas à emergência veterinária – geralmente, de madrugada ou durante os feriados!...
  • Mudança de hábitos e decoração. Enfeites e peças delicadas de cristal no aparador? Melhor guardar. Potes de vidro na cozinha? Os de plástico não viram cacos!... Chaves, celular, revistas, prato de comida, a cervejinha de domingo etc sobre a mesa da sala, sem supervisão? Esqueça. Vasos de plantas? Bem disse o corvo: "Nunca mais!". Seja coerente com a decisão que tomou: o bicho não bateu na sua porta, pedindo para ser seu roommate – logo, quem tem a obrigação de se adaptar é você. A vantagem: você acabará aprendendo a ser mais organizado e asseado. O que é bastante recomendável, no caso de alguns indivíduos do sexo masculino.
  • Destruição de propriedade. Termo auto-explicativo. Nenhum tapete escapa a um gato. Nenhum aparelho de celular a um cão. O resto, o ferret esconde.
  • Barulho. Isso vale apenas para os cães: eles latem! Mas os culpados somos nós: os lobos até latem, dependendo das circunstâncias, mas o latido canino foi estimulado pelo contato com os humanos e é característica desejável em exemplares de algumas raças desenvolvidas para caça e guarda. Latido em excesso, evidentemente, é patologia que tem tratamento mas, mesmo com o melhor treinamento, a grande maioria dos cães continuará latindo de quando em vez. O jeito é se acostumar – afinal, há gente cujo matraquear apoquenta muito mais.
  • Mentiras. Claro que animais não mentem (uma inegável vantagem sobre os seres humanos). Mas os vendedores das lojas de produtos para animais, sim. Ser dono de bicho demanda constante exercício da "arte" de filtrar a "conversa de cerca-lourenço" das pet shops. Porque cachorro não precisa de perfume, esmalte ou de tintura para o pelo. E os protetores de unhas para gatos só funcionam com felinos catatônicos ou em coma. O Barão de Münchhausen seria um excelente vendedor de produtos para animais!
Nada disso é assustador? Então você, decididamente, traz o amor aos bichos nos genes e, para provar que é mesmo gente boa, só lhe falta – se é que ainda não o fez – adotar um animal abandonado.

Ame seu animalzinho e desfrute o amor infinito que ele terá por você. São Francisco os abençoará.

E nunca deixe de seguir os mandamentos da posse responsável!

Fuças do mesmo bando!



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5 comentários:

NiNah disse...

Pat, agora converta isso tudo que você escreveu para uma criança. Dá no mesmo. Certeza!
Queria que tanta gente pudesse ler seu texto. Sério mesmo.

Bjos

Felipe disse...

Pat, conta algo engraçado dos seus filhotes... tipo, algo que eles tenham escondido! Sou doido por historias de Ferrets!

Pat Ferret disse...

Rsrsrs... Eu tenho mesmo umas histórias engraçadas com eles como protagonistas...

Vamos fazer o seguinte: o próximo post do Fuça é o centésimo (!!!!) e eu já havia pensado em uma coisa engraçadinha para postar em comemoração. Logo depois dele, posto um "causo" dos peludinhos, tá? ;-)

Erich Pontoldio disse...

Por isso que decidi não ter nada em casa !!!!!

Gillianne Vicente disse...

Vou fuçar muito o seu blog.Adorei!
Obrigada pela visita no meu.
Beijos

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